terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Consumismo ou Necessidade?

Já falei nisso aqui anteriormente, mas ando me deparando com novos artigos no mercado que me fazem repensar no assunto. Até onde precisamos de fato de determinado produto? Onde termina a necessidade e começa a vaidade exacerbada de se TER algo?

Vou exemplificar com um produto que, nas liquidações de começo de ano, foi a causa de pessoas dormirem ao relento para pegar um preço barato: a HDTV. Eu tenho a minha e acho o máximo. Mas se pensa que comprei uma TV LED de 70 polegadas, engana-se. Na verdade só comprei a minha no ano passado porque a minha TV antiga morreu de morte morrida. E quando fui pesquisar preços, encontrei uma TV de 32” LCD com conversor integrado (muito importante) num preço e condições de pagamentos bastante atrativos, se comparado a uma TV antiga de 29” sem a tecnologia HD. Isso se chama compra inteligente. Preço atrativo, tecnologia atual e um tamanho ótimo para um quarto de 3m X 4m.

Agora me explica porque eu deveria comprar uma LED de 70”, 3D, cheia de firulas, e me endividar até o dia do Juízo Final, se essa TV preenchia totalmente as minhas necessidades pessoais de uma imagem de alta definição e em tamanho adequado ao meu quarto? Se tivesse optado pela TV de 70”, certamente seria não uma necessidade, mas sim uma vaidade pessoal em TER o produto mais high-tech possível. E por ele arrebentaria minhas finanças. Não, obrigada.

Outra coisa é alguém que possui ótimas condições financeiras e o claro objetivo de ter um cinema em casa. Ela sim vai ter Blu-Ray, Home Theater, uma TV LED 3D gigantesca e todo o aparato necessário para transformar sua sala num cinema de verdade. Afinal, quem pode, pode. E deve, se isso a faz feliz. Mas tudo dentro de um parâmetro de normalidade. A TV não precisa ser banhada a ouro e cravejada de diamantes. O Blu-Ray não precisa vir com rubis incrustados. Percebe onde fica o exagero, a vaidade?

Continuo achando o absurdo dos absurdos comer foie-gras com ouro salpicado. Primeiro pela crueldade como o foie-gras é extraído, e segundo porque é o fim da picada COMER OURO! Se ainda tivesse alguma propriedade milagrosa de cura do câncer, por exemplo, eu inclusive incentivaria. Mas péra, né? Algo que custa os olhos da minha, da sua e da cara de mais uma dúzia e no dia seguinte vai embora com uma descarga? Não dá, sério. Ou ainda um hidratante de cabelos com o caviar mais raro e lascas de diamante. Oi, gente? Eu uso uma máscara hidratante que me custa R$ 18,00, dá pra duas hidratações e meu cabelo está LINDO! Pra que gastar R$ 500,00 nisso? Há produtos ÓTIMOS no mercado por preços super justos. Como costumo dizer: épacabá!

Volto a dizer: o dinheiro não aceita ofensa. Saiba usá-lo com inteligência e bom senso, com coerência e sabedoria, pois aí ele nunca lhe faltará! ;)