Anônimos X Celebridades

Dois assuntos que estão sendo muito comentados no momento são a professora que dançou o "Todo Enfiado" e a cantora Vanusa, que deu uma escorregada master no Hino Nacional em um evento.


O que ambos episódios tem em comum? Ambos foram VEXAMES que caíram no You Tube.


Isso me leva a ponderar sobre a responsabilidade que temos hoje em dia quanto ao nosso comportamento. Antigamente as pessoas procuravam ter comportamento socialmente aprovável por conta do medo do falatório na vizinhança, escola, trabalho ou família. Hoje em dia morre-se de medo de SER FILMADO. Afinal, a maioria dos celulares vem com câmera digital e as imagens facilmente podem ser enviadas para a rede mundial de computadores.


Vira-se uma "celebridade" na internet por conta de UM vídeo, seja ele uma boa idéia, seja um vexame como esses.


Se por um lado isso é ótimo, pois coibe as pessoas de ficarem por aí fazendo merda à torta e à direita, por outro é uma invasão de privacidade sem precedentes. Nunca na história da humanidade fomos tão vigiados. Nunca tivemos que pensar TANTO antes de fazer alguma coisa que quebre paradigmas, que seja questionável do ponto de vista do socialmente aceitável. Corremos o risco a todo momento de sermos filmados e expostos, sem qualquer autorização, ao ridículo e à execração pública. Afinal, o ser humano foi, é e continua sendo assim, adora rir da desgraça alheia. Isso não muda de uma hora para a outra. Eu mesma tiro muito barato das coisas que vejo na internet, e também já fui MUITO zoada nessa minha vidinha. Faz parte do jogo!


A reflexão aqui fica: vale a pena CORRER O RISCO da execração? Não é muito melhor as pessoas se comportarem direitinho, refrearem seus instintos mais primitivos, e procurar manter uma postura mais aceitável? Pode parecer hipocrisia isso, mas não é, não. Nós, humanos, VIVEMOS EM SOCIEDADE. Temos de respeitar o limite do outro e para isso as regras de conduta existem, para que a gente não invada esse espaço. Quando esse espaço é invadido por um comportamento socialmente questionável, o outro (e isso inclui eu, você, qualquer um) costuma REAGIR. E como reagimos? Fazendo piada do vexame alheio, criticando aquilo que não aceitamos como "socialmente normal".


E, convenhamos, uma professora que aparece em cima de um palco com praticamente o ÚTERO aparecendo para uma vasta platéia de filmadoras, e uma cantora de renome errando o Hino Nacional de forma vexatória e esquisita é algo que questionamos se é "socialmente aceito". Daí vem que criticamos, rimos ou execramos ao percebermos que "normal" não é. 


Eu mesma estou aqui dando minha cara completamente ao tapa, pois exponho nesse blog minhas opiniões pessoais que nem sempre são "socialmente aceitáveis". É o preço que pagamos, o da crítica. O espaço de comentários fica aberto justamente para isso.


Enfim... só acho que as pessoas deveriam pensar um pouquinho mais antes de fazerem certas coisas. ;)


UPDATE às 19:24h: VANUSA EXPLICA QUE FOI REMÉDIO PARA LABIRINTITE QUE A FEZ ERRAR O HINO NACIONAL.


Ok, Vanusa. Acreditamos em você. Mas caiu na rede, não tem jeito. Vai ter gente criticando, supondo outra coisa, chorando, sentindo compaixão ou gargalhando. Ao cidadão é dado o SAGRADO DIREITO de DAR SUA OPINIÃO PESSOAL sobre um acontecimento. E o fato é que seu erro no Hino Nacional foi um vexame causado pelo seu remédio contra labirintite que caiu na internet, como você explica. Cada um tem uma reação vendo aquilo. Sinceramente, se fosse eu, nem teria pisado no palco, sabendo que não estava bem para aquilo.  ;)


E, convenhamos... o Hino Nacional Brasileiro NÃO é um "Atirei o Pau no Gato". É um hino de certa dificuldade, por conter palavras em desuso. Se quem sabe de cor e salteado o hino corre o risco de errar alguma coisa, imagina quem tomou um remédio que altera a percepção e não está em pleno controle de seus atos? Prova é que não adiantou ter a letra dele na frente, ela errou feeeeeeeeeeeeeeeio. Nessa hora a gente enche o peito e grita: "Shit happens!".  ;)